Ursinhos do SIATE 08/11/2019 - 14:02

O policiamento comunitário, uma das diretrizes da Polícia Militar do Paraná também é aplicado diariamente pelo Corpo de Bombeiros por meio de diversos projetos. Um deles é o “Ursinhos do Siate”, aplicado pelo 1º Subgrupamento de Bombeiros Independente (SGBI), localizado em Foz do Iguaçu. A iniciativa, que faz parte de uma das ações inovadoras da PM, entrega para crianças de até 12 anos, envolvidas em acidentes, um bichinho de pelúcia (ursinhos, tigrinhos, cachorrinhos, entre outros), vestidos com um pequeno colete caracterizado, durante o atendimento feito pelos socorristas do Siate, com o objetivo de acalmá-las.

Os brinquedos são doados pelo Rotary Club de Foz do Iguaçu Três Fronteiras sem nenhum custo para os Bombeiros, nem para a população. Inclusive, nesta quarta-feira, mais 150 bichinhos chegaram para que o projeto possa ser continuado. Recentemente a iniciativa foi apresentada para a corporação em Curitiba como exemplo de uma ação que está dando certo. “Com a entrega do brinquedo, o socorrista desvia o foco da dor que a criança está sentindo, passando a atenção dela para o bichinho, o que facilita muito o atendimento e faz com que a os pequenos fiquem mais calmos”, afirma comandante do 1º SGBI, major Marcos Antônio Jahnke.

Há 14 anos atendendo crianças, o projeto foi iniciado em Foz do Iguaçu sob o Comando do então Major QOBM Ariovaldo de Gouveia Sobrinho. Hoje os resultados são cada vez mais positivos. 
Durante o atendimento às ocorrências, com os pais por vezes mais abalados que as próprias crianças, os bombeiros assumem uma postura além do profissional socorrista: eles se tornam também o amigo, o protetor e o psicólogo dos pequenos feridos. Nestas situações de quedas, afogamentos, queimaduras, a dor e o susto impedem a comunicação entre as crianças e os bombeiros dificultando as avaliações mais profundas das lesões sofridas pelos pequenos. 

Neste contexto, os bichinhos de pelúcia se tornaram um bombeiro a mais no atendimento. Usados de forma lúdica, eles ajudaram os socorristas a conquistarem a confiança das crianças vitimadas.  Num atendimento, o socorrista diz à criança: “mostra no ursinho onde está sua dor”. E a criança aponta na perna, no braço, na cabeça onde está a possível lesão, possibilitando o socorro de maneira mais calma, minimizando o sofrimento dos pequenos. Além disso, a aproximação dos bombeiros com a população também traz uma série de resultados.

Há uma receptividade muito boa junto à população que passa a ver o trabalho dos bombeiros de forma ainda mais positiva e assim contribuindo, assim, com as ações de prevenção e de atendimento aos acidentes, completa. O aspirante Thiago Shinzel, que também participa do projeto, resume a ação desenvolvida pelo Ursinhos do Siate. “As crianças ficam com uma lembrança boa da ação de socorro e se acalmam durante o atendimento”, diz.

SIATE - O atendimento realizado pelo Siate é feito através da estrutura da Central de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM) que dá suporte referente à comunicação ao sistema, através do telefone de emergência 193. “A missão do Siate é prestar o socorro de emergência às vítimas de acidentes ocorridos em vias e lugares públicos, em ambientes profissionais e domiciliares, garantindo o suporte básico e avançado de vida”, diz o coronel Domaneschi.

“O transporte das vítimas para os hospitais de referências integrados ao sistema, por meio de ambulâncias, em condições ideais, com equipamentos e procedimentos médicos indispensáveis ao suporte de vida, evitando o agravamento das lesões e melhorando suas condições clínicas também faz parte do objetivo do serviço”, completa.

Todas as solicitações da comunidade, no que diz respeito ao trabalho de Bombeiros (incêndios, salvamentos, proteção ao exposto, acidentes de trânsito, quedas, ferimentos por arma branca e de fogo, agressões, queimaduras, desabamentos e outros), são atendidas pela COBOM. “O atendimento é feito por uma equipe especializada, que está à disposição 24 horas por dia, no Corpo de Bombeiros”, afirma Domaneschi.

* Colaboradora: Silvia Chandoha - Estagiária de jornalismo