Confraternização reúne veteranos do CBMPR 17/10/2023 - 12:50

Rodas de conversa animadas, muitas risadas e velhas histórias relembradas e compartilhadas entre os presentes marcaram o Café com Veteranos, evento realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) como parte das comemorações de seus 111 anos de existência. O encontro ocorreu no Quartel do Comando-Geral, em Curitiba, e uniu cerca de 50 veteranos para um momento de confraternização regado a um café da manhã reforçado.

“É um grande momento. Tê-los aqui com saúde, tomando esse café da manhã conosco, é uma satisfação e um orgulho por saber que trabalhamos juntos em algum momento nessa história”, declarou o comandante-geral da Corporação, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior. “Eles vêm com muita alegria, relembrar tudo aquilo que fizeram de atendimentos para a população. E o mais importante de tudo é essa oportunidade de tê-los aqui dentro do Corpo de Bombeiros e saber que aqui realmente sempre foi e sempre será a casa de cada um deles”, complementou, durante a recepção aos participantes no auditório.

O início da atividade foi marcado pelo reencontro com os antigos companheiros para assistir a um vídeo institucional e para ouvir as boas-vindas do comandante-geral. Entre outras coisas, o coronel Vasco destacou a autonomia conquistada pelo CBMPR em relação à Polícia Militar, que completará um ano em dezembro, e os benefícios que a mudança trouxe à Corporação. O principal recado, porém, era outro. “Eu pedi que os protocolos fossem todos quebrados, porque hoje não é dia disso. Já tiveram essa rotina protocolar por 35 anos. Hoje eu quero que todos se sintam em casa. O CBMPR é dos senhores”, falou o coronel Vasco.

Depois de uma breve conversa entre os visitantes e o comando-geral, o grupo trocou o auditório pelo pátio do quartel, onde todos foram reunidos para uma foto oficial à frente da plataforma móvel. Em meio às viaturas e ferramentas de trabalho, e sob uma garoa leve, o momento foi de relembrar a época da ativa. “Passei por tanta coisa, são muitas situações marcantes. Todo dia tinha algo acontecendo. É uma profissão agitada, com novidade o tempo todo. Os dias nunca eram iguais”, relatou o primeiro sargento Lauro Fidelis, de 81 anos. Embora feliz com a homenagem aos veteranos e em poder rever os amigos, disse não sentir falta da rotina puxada. “Foram 30 anos trabalhando nesse ritmo. Chega, né?”, brincou.

Quem tem muita história para contar sobre a evolução do Corpo de Bombeiros é o coronel Miguel Arcanjo Capriotti, um antigo defensor da emancipação da Corporação. E ele, que chegou a ser comandante da Polícia Militar, entre 1991 e 1994, não esconde o orgulho de ser bombeiro em cada palavra. “É uma alegria imensa rever a todos. Muitos foram alunos meus. Me sinto muito em casa revendo essa ‘velharada’ aí. Importante essa confraternização, ver que os que estão aqui estão com saúde e saber que os que estão com algum problema físico estão sendo auxiliados pelo Corpo de Bombeiro. Porque não se pode abandonar um filho jamais”, disse. Hoje com 81 anos, o coronel Capriotti fez questão de lembrar que formou a primeira turma de guarda-vidas, como instrutor de Educação Física, além de ter dado aulas na Academia do Guatupê e de ter criado o Siate.

Esse ambiente de reencontro e de homenagem, tanto aos bombeiros quanto aos 111 anos da Corporação, causa um misto de sentimentos que nem sempre se consegue expressar em palavras. É o que garante o cabo Vitor Hugo Gongalves Rodrigues, de 57 anos, que há 7 anos entrou para a reserva. “Não tem explicação. É emocionante, uma coisa maravilhosa, porque construímos essa história juntos, com muita parceria. Rever amigos, colegas, é muito gostoso”, contou. “É gratificante pelo que você fez, pelo que você deixou, por ter contribuído para esses 111 anos de uma instituição maravilhosa, reconhecida pela população”, complementou, já quase no fim do encontro.

Um dos responsáveis pela estreita relação do CBMPR com seus antigos integrantes, o tenente-coronel Fábio Félix Pedroso ressaltou essa busca por fortalecer o vínculo com quem já deixou a ativa. “O que a gente percebe é esse evento se tornou mais forte, há mais gente presente e uma união maior entre os praças e os oficiais da reserva. Pretendemos continuar promovendo essas ações, para trazer também aqueles que ainda não vieram, porque inclusive é uma questão de saúde mental e física”, afirmou.

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