Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento alerta para desafio global 25/07/2024 - 09:54

A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu, em 2021, estabelecer o dia 25 de julho como o Dia Mundial da Prevenção ao Afogamento. A iniciativa da instituição visa alertar para a importância da conscientização e estimular a elaboração de campanhas de prevenção de afogamentos em todo o mundo. Na última década, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 2,5 milhões de pessoas morreram afogadas em todo o planeta - 90% em países de baixa e média renda.

“Essa é uma data extremamente importante e o Brasil se engajou fortemente nesse processo. Diversas ações estão sendo realizadas por todo o território nacional com o principal propósito de reduzir o número de afogamentos e salvar vidas”, comentou o coronel RR BM Edemilson de Barros, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA). Ex-comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, ele ressalta a importância dessa iniciativa, que tem o apoio da Corporação.

“É muito importante. Quinze brasileiros morrem afogados diariamente e a cada dois dias uma criança morre afogada dentro de casa. Nós não podemos nos conformar com essa situação. E a melhor forma para evitar essas tragédias é por meio da prevenção e divulgação de medidas simples e eficazes, mas que podem fazer a diferença na vida de várias pessoas”, complementou.

Segundo os dados da entidade nacional, em seu Boletim Epidemiológico sobre os Afogamentos no Brasil – 2024, a cada 90 minutos uma pessoa perde a vida por afogamento no Brasil. Diariamente, em média, três crianças e dois adolescentes entram para lista de vítimas desse tipo de ocorrência. A quantidade de afogamentos de homens é seis vezes superior à de mulheres, de acordo com o documento. Os números comprovam que o problema é ainda muito relevante.

Considerando os números do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, no estado foram registradas 1.359 ocorrências no ano passado, envolvendo um total de 1.710 vítimas e tendo 53 óbitos computados. Embora a imensa maioria desses incidentes tenha ocorrido no Litoral (1.244 ocorrências), as vítimas fatais vieram principalmente de locais com água doce - piscinas, cavas, rios, lagos, entre outros. Foram 11 óbitos no Litoral e 42 em outras regiões.

O árduo trabalho preventivo e de salvamento realizado pelos bombeiros militares no Litoral, especialmente durante o Verão e em feriados prolongados, ajuda a explicar a relativa menor gravidade das ocorrências no mar. Os guarda-vidas espalhados pela orla atuam ativamente dando instruções e resgatando banhistas que se encontram em dificuldade dentro da água.

“O papel do guarda-vidas é extremamente importante. Para se ter uma ideia o risco de morte por afogamento em uma área não protegida por guarda vidas é 60% maior do que em uma área protegida”, destacou o coronel Barros.

Agora, com a chegada do inverno ao hemisfério sul, entre junho e setembro, as atividades aquáticas no Paraná acabam ficando mais restritas às piscinas. De acordo com a SOBRASA, esse é o principal local de acidentes aquáticos entre crianças com menos de nove anos de idade.

Como parte dos esforços dessa data, o Corpo de Bombeiros apresenta cinco dicas importantes para minimizar o potencial risco nesses ambientes de meio líquido:

1. Não deixe crianças nesses ambientes sem supervisão constante. “Crianças não devem ficar em hipótese alguma sozinhas perto da água. Para que haja a proteção efetiva, a distância que um adulto tem que ficar é de um braço”, falou o coronel Barros.

2. Aprender a nadar. “Aulas de natação são fundamentais, tanto para crianças quanto para adultos. Saber nadar pode salvar vidas, então aconselhamos e recomendamos que as pessoas aprendam a nadar e o façam sempre em áreas protegidas, em locais seguros.”

3. Sempre utilize equipamentos de segurança. “Essa é uma dica extremamente importante: sempre use colete salva-vidas em atividades aquáticas e, especialmente, em rios e lagos - que é onde os maiores acidentes ocorrem e onde perdemos muitas vidas por afogamento.”

4. Respeite as sinalizações e as orientações dos guarda-vidas. “Respeite a sinalização e as indicações dos guarda-vidas, nos locais onde eles estão presentes. É muito importante se informar sobre as condições de risco daquele local, qual é o ponto mais adequado para tomar um banho de rio, de mar, ou mesmo em uma piscina.”

5. Nada de bebidas alcoólicas. “Por fim, evite o álcool antes de entrar na água. Ele diminui a capacidade de reação e aumenta o risco de afogamento. Então, é a mesma situação do trânsito: se beber, não entre na água.”

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